O Bordado Madeira faz-se com arte e, como em qualquer obra de arte, nele, estão contidas: inspiração, precisão, reprodução, cálculo, técnica, esmero, empenho e, sobretudo, amor.
O seu processo produtivo é moroso e muito faseado, sendo o primeiro interveniente, o desenhador. Ágil na arte das formas, transpõe para o papel vegetal os motivos que o inspiraram, habitualmente elementos da profusa e luxuriante flora da Madeira, combinados com formas geométricas, quiçá até de origem natural.
Segue-se a picotagem, uma tarefa que exige precisão do executante. O picotador, munido de um aparelho mecânico, com a mesma designação, o qual inclui uma agulha, contorna todo o desenho, preparando-o para o processo seguinte, a estampagem, não sem antes, ser contornado pelo curvímetro, cuja função é o de contar o número de pontos que determinam o valor do trabalho da bordadeira.
A estampagem consiste em colocar o desenho devidamente picotado sobre o tecido a bordar, aplicando-lhe uma tinta lavável de cor azul, que irá imprimir o desenho sobre o pano que a bordadeira, com habilidade, irá preencher com a agulha.
Terminada a etapa da estampagem, os tecidos são preparados para serem encaminhados para as bordadeiras, que, com dedicação, habilidade, destreza e rigor, desenvolvem o seu trabalho em ambiente familiar.
Concluído o bordado, as peças regressam à fábrica, para ali, passarem pelas fases de verificação, recorte, lavagem e passagem a ferro.
Encerra-se o processo produtivo com a certificação, atribuída pelo Instituto do Vinho, do Bordado e do Artesanato da Madeira, IVBAM, IP–RAM, entidade que após rigorosa verificação do produto, lhe confere autenticidade, apondo o selo de garantia.